As mulheres quenianas com cancro metastático da mama, caso em que o cancro se espalhou para outras partes do corpo, podem agora ter acesso a um siteabrangente que contém informações atualizadas e recursos sobre como melhorar e potenciar a sua qualidade de vida.

O site, lançado pela Rede Queniana de Cancro Metastático da Mama (KMBCN) em parceria com a Universidade Aga Khan, é um centro de informações acerca de grupos virtuais de apoio, testes clínicos, unidades de saúde próximas, vídeos educativos e colunas de aconselhamento sobre exercícios, dietas e estilos de vida.

O cancro da mama é uma das principais questões de saúde pública em África. No Quénia, praticamente três em cada quatro mulheres que contraem cancro da mama são diagnosticadas tardiamente. A maioria destas mulheres não beneficia de nenhum serviço de apoio, encaminhamento para especialistas ou cuidados emocionais no momento em que mais precisam. Isto significa que muitos pacientes com cancro metastático da mama sofrem de distúrbios psicológicos graves, incluindo ansiedade e depressão.

No seu discurso durante a cerimónia de lançamento, o Dr. Asim Jamal Shaikh, líder do projeto e Professor Associado e Diretor da Divisão de Oncologia Médica no Hospital Universitário Aga Khan, em Nairobi, disse: “O nosso objetivo passa por fornecer informações que capacitem os pacientes e os ajudem a lidar com os seus desafios.”

Este projeto é financiado pela União para o Controlo Internacional do Cancro (UICC) através do subsídio SPARC concedido ao Hospital Universitário Aga Khan, em Nairobi. A UICC é um grupo de defesa que representa as principais sociedades oncológicas do mundo, ministérios da saúde e comunidades de pacientes. Como parte do projetoSPARC mBC Challenge(Promover o Progresso e Recursos na Comunidade Oncológica: Desafio do Cancro Metastático da Mama) lançado em 2015 pela UICC e pela Pfizer, 40 organizações oncológicas de 30 países já receberam subsídios SPARC para iniciar novos projetos que respondam às necessidades dos pacientes com cancro metastático da mama.

Os dados e pesquisas em comunidades locais que levem à adoção de políticas e a um planeamento são cruciais para aliviar o sofrimento de um país face ao flagelo do cancro, acrescentou Dr. Shaikh. "Existem ferramentas de pesquisa e recolha de dados neste site que irão ajudar na política de saúde e no planeamento para a gestão do flagelo do cancro no Quénia." As informações recolhidas através do site estão de acordo com os objetivos da Estratégia Nacional de Controlo do Cancro 2017-2022 do Ministério da Saúde do Quénia. 

Também presente na cerimónia esteve o Dr. Alfred Karagu, Presidente do Instituto Nacional do Cancro do Quénia (NCI), o órgão coordenador de todas as atividades de controlo do cancro no país, que afirmou que dada a existência de uma maioria de quenianos com acesso à Internet na região e uma alta percentagem de mulheres alfabetizadas no país, o fórum irá longe no objetivo de melhorar a sua qualidade de vida.

O professor Robert Armstrong, reitor fundador da Faculdade de Medicina da AKU na África Oriental, disse que o site será um recurso inestimável para a investigação, em linha com a visão da Universidade Aga Khan, e espera que venha a contribuir positivamente para responder às necessidades dos pacientes com cancro.

O projeto levará o Dr. Shaikh a colaborar com vários outros hospitais públicos e privados, grupos de apoio oncológico, NCI, a Sociedade de Hematologia e Oncologia do Quénia, a Rede Queniana de Organizações Oncológicas e outros centros de tratamento oncológico no Quénia para avaliar e responder às necessidades dos pacientes com cancro da mama no país.

A visão deste site coincide com as metas para o objetivo 3 dos Objetivos globais de Desenvolvimento Sustentável: garantir uma vida saudável e promover o bem-estar para todos em todas as idades, com medidas que melhorem a saúde mental e combatam o fardo das doenças não-transmissíveis, como o cancro.