As taxas de nanismo (baixa estatura para a idade) são indicadores comuns de subnutrição crónica. No Tajiquistão, 18% das crianças com menos de cinco anos sofrem de nanismo, 6% apresentam uma baixa relação peso/altura (atrofia) e 42% das crianças entre os 6 e os 59 meses e 41% das mulheres entre os 15 e os 49 anos sofrem de anemia, de acordo com o Estudo Nacional de Demografia e Saúde no Tajiquistão. Com altos níveis de subnutrição, o Tajiquistão é um dos países-alvo da Iniciativa Alimentar o Futuro, Fome Global e Segurança Alimentar. O Instituto de Investigação de Sociedades de Montanha (MSRI) da Universidade da Ásia Central (UCA) contribuiu para esta iniciativa através do seu projeto de “Apoio à Produção de Batata e Investigação para Melhorar a Segurança Alimentar em Khatlon (Tajiquistão)”.
O MSRI estabeleceu uma parceria com o International Potato Center (CIP) para aumentar a produção e o consumo de novas culturas de batata, abordar deficiências alimentares e aumentar a produção agrícola por parte de agricultores com poucos recursos. “O nanismo e a atrofia resultam em deficiências de curto e longo prazo em macronutrientes e micronutrientes. Estes problemas são também muitas vezes exacerbados por infeções de vários tipos”, disse Azamat Azarov, Investigador e Gestor de Projeto no MSRI. "No contexto do aquecimento global e da adaptação às alterações climáticas, é também cada vez mais importante melhorar a segurança alimentar na região."
As cadeias de valor da batata e da batata-doce foram identificadas como sendo potenciais oportunidades de valor elevado, que podem contribuir para a redução da pobreza e subnutrição no país. A batata-doce, não só abundante em vitaminas C e E, mas também considerada com a maior fonte natural de betacaroteno, especialmente a batata-doce de polpa alaranjada, era algo completamente novo no Tajiquistão.
O Instituto de Botânica, Fisiologia e Genética Vegetal do Tajiquistão forneceu 13 genótipos de batata-doce do Peru ao MSRI e ao CIP. Através de um método de multiplicação rápida, foi produzido material de plantio de batata-doce de alta qualidade para agricultores em áreas propensas a escassez de água em Khatlon Ocidental.
Vinte agricultores locais foram os primeiros a receber mais de 18.000 mudas dos 13 genótipos de batata-doce e conseguiram um rendimento médio de 48,7 toneladas por hectare. O seu sucesso foi replicado ao longo dos próximos três anos, em 2017, 2018 e 2019.
Para além de oferecer mudas a famílias com poucos recursos, este projeto introduziu certas inovações, tais como a produção de sementes “de base agrícola” de alta qualidade. Para isso foram escolhidas duas variedades de batatas, com base nos genótipos do Peru, e envolveu a introdução de tecnologia para quebrar a dormência nas sementes. A quebra da dormência permitiu aos agricultores beneficiarem de duas estações de cultivo de batata.
Para ajudar os pequenos agricultores a aumentar os seus rendimentos, o Instituto de Investigação de Sociedades de Montanha da UCA e o CIP organizaram também cursos acerca do processo de introdução de tecnologias agrícolas de baixo custo junto de mais de 150 habitantes de cinco aldeias de Khatlon.
Para concluir o projeto, uma avaliação económica revelou que a produção de batata-doce demonstrou uma boa relação custo-benefício, e um aumento na produtividade e na tolerância ao calor e à seca por parte da nova batata-doce, uma vez que exigem menos água e fertilizantes.
O Instituto de Investigação de Sociedades de Montanha (MSRI) da Universidade da Ásia Central faz parte da Escola Superior de Desenvolvimento. O MSRI leva a cabo investigações para o desenvolvimento com o objetivo de melhorar o bem-estar das sociedades de montanha na Ásia Central e ajudar a informar e a contribuir para a agenda de Desenvolvimento Sustentável em Montanha na Ásia Central. Os relatórios das investigações do MSRI estão disponíveis para download gratuito no site da UCA em: https://ucentralasia.org/Research/MSRI_Publications/EN