“Muitas das nossas unidades de saúde no Quénia e na Tanzânia começaram como pequenas clínicas focadas na saúde materno-infantil. Hoje em dia, a AKDN gere um ecossistema de saúde totalmente integrado em ambos os países, o qual está centrado em quatro hospitais principais, dois centros médicos de internamento e quase 100 centros de saúde de proximidade, prestando, em conjunto, cuidados a quase 1,8 milhões de pessoas na região”, disse o Dr. Gijs Walraven, Diretor de Saúde da AKDN.
As contribuições da AKDN para a saúde na África Oriental tem vindo a expandir-se bastante desde que o nosso precursor criou o primeiro centro de saúde em Dar es Salaam, em 1929. Estão envolvidas três agências. A Fundação Aga Khan (AKF) e os Serviços Aga Khan para a Saúde (AKHS) trabalham na prestação de cuidados de saúde primários ao nível das comunidades, fornecendo informações às comunidades, formando profissionais de saúde, contribuindo para políticas e chegando a grupos vulneráveis com tecnologias médicas comprovadas e de baixo custo. Este trabalho é complementado por serviços curativos em instituições que vão desde dispensários e centros de saúde a hospitais de serviço integral.
A Universidade Aga Khan (AKU) realiza investigações de classe mundial e presta cuidados de saúde especializados através dos seus hospitais universitários. Tem como objetivo produzir líderes que criem um impacto duradouro nas comunidades em que trabalhem. A sua Escola de Enfermagem e Obstetrícia tem contribuído para o desenvolvimento dos profissionais de saúde na África Oriental ao longo de mais de 20 anos, numa região onde os enfermeiros e as parteiras representam mais de 85% dos trabalhadores em saúde e são muitas vezes o único ponto de atendimento. Já foram formados quase 200 médicos no seu programa de Mestrado em Medicina, o qual oferece uma aprendizagem relevante para a prática em África.
A AKDN utiliza um sistema de saúde radial para integrar de forma eficaz os diferentes níveis de cuidados. Este sistema providencia atividades de promoção e prevenção da saúde a nível comunitário, um acesso facilitado a centros de cuidados primários para doenças mais graves, e hospitais quando forem necessários serviços especializados. Esta integração estende-se para lá do sistema de saúde. A saúde de uma comunidade é fortemente influenciada pelo ambiente sociocultural: se os bebés estão a receber nutrição suficiente; se há água potável e instalações sanitárias disponíveis; quais as barreiras existentes para quem procura cuidados de saúde. As agências da AKDN trabalham em conjunto e com parceiros para dar resposta às necessidades mais alargadas das sociedades, melhorando, por seu lado, o sector da saúde.
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Parcerias que criem impacto
As parcerias são fundamentais para o nosso sucesso no fortalecimento dos sistemas de saúde. Trabalhamos com governos, autoridades locais e parceiros locais e internacionais.
Um desses parceiros é o Grupo da Agence Française de Développement (AFD), com quem colaboramos na África Oriental há mais de 15 anos. A AFD já forneceu mais de 120 milhões de dólares em financiamento à AKDN no apoio ao sector da saúde na África Oriental. Em conjunto, transformámos os hospitais de Kisumu e Mombaça em centros de referência para a população local e criámos um centro oncológico e cardiológico de alto nível em Nairobi.
Em 2019, a AFD contribuiu com 10 milhões de euros para apoiar o Projeto Abrangente de Oncologia da Tanzânia (TCCP), com a AKDN a fazer uma contribuição de 3,3 milhões de euros. “O projeto TCCP irá melhorar as infraestruturas, expandir o acesso a serviços de rastreio e deteção e iniciar uma agenda de investigação conjunta a todos os níveis do sector local de saúde”, disse o Dr. Walraven. Alguns dos exemplos são a nova máquina de ultrassom, que permite um rastreio oncológico melhorado no Instituto Oncológico Ocean Road, em Dar es Salaam, e a máquina de mamografia no Centro Médico de Bugando, que aperfeiçoa a deteção precoce de cancros.
No início da pandemia global na Tanzânia, em Março de 2020, a AKDN e a AFD assinaram um acordo para estabelecer uma unidade dedicada a doenças infeciosas no Hospital Aga Khan, em Dar es Salaam, e no Centro Médico Aga Khan, em Mwanza.
A doação mais recente, no valor de 2,3 milhões de euros, veio da Proparco, uma subsidiária da AFD do sector privado. A doação foi concedida aos Hospitais Aga Khan na África Oriental como parte da Iniciativa “Saúde em Comum” e ajudará a melhorar o acesso aos cuidados de saúde. Para além dos hospitais, a doação beneficiará 94 centros médicos e de proximidade no Quénia e na Tanzânia.
Outra parceria significativa é o programa de nove milhões de euros financiado pela União Europeia e pela AKF para combater os impactos da Covid-19. A AKF, os AKHS e a AKU estão a adotar uma abordagem multissectorial contra a pandemia e os seus impactos no Quénia, Uganda, Tanzânia e Moçambique, dando prioridade ao fortalecimento do sistema de saúde.
O programa inclui a divulgação de mensagens de prevenção da Covid-19, o reforço dos recursos das unidades nacionais de saúde, a disponibilização de fundos de resposta rápida às organizações da sociedade civil para apoiar os membros vulneráveis da comunidade e a prestação de formação em empreendedorismo e competências de emprego e fundos de lançamento aos jovens. Até agora, já conseguimos:
- chegar a mais de 42 000 membros da comunidade com mensagens rigorosas sobre a Covid-19;
- realizar 9500 testes à Covid-19 em comunidades com baixos rendimentos no Quénia;
- renovar uma enfermaria hospitalar desativada, que funciona agora como uma unidade essencial para o tratamento de casos graves de Covid-19, no Hospital de Referência de Amana, em Dar es Salaam;
- utilizar plataformas digitais de saúde para formar profissionais de saúde e técnicos de laboratório;
- fornecer equipamento médico de cibermedicina noutras áreas da região, tendo como objetivo oferecer formação sobre a Covid-19 a mais de 650 profissionais de saúde; e
- providenciar itens como EPI, testes e equipamentos de processamento ou ventiladores em 22 unidades de saúde em toda a região.
“Uma das áreas em que temos recebido alguma preocupação ultimamente ao nível da cadeia logística é a das luvas. E vejo que são um dos itens que foram hoje aqui doados. É uma doação feita com noção das necessidades dos utentes e do que é mais urgente”, disse Sua Excelência Charles Dadu, Membro do Comité Executivo para a Saúde do Condado de Kilifi, no Quénia, em nome de uma unidade de saúde beneficiada.
No final do programa de 30 meses, pretendemos ter apoiado diretamente mais de 140 000 pessoas, melhorando os seus conhecimentos, recursos e oportunidades. Saiba mais.