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A AKDN e a SN Power assinam acordo de geração de energia hidroelétrica com os governos do Burundi, República Democrática do Congo (RDC) e Ruanda.
Kinshasa, RDC, 29 de julho de 2019 - A IPS, o ramo do Fundo Aga Khan para o Desenvolvimento Económico (AKFED) para o desenvolvimento industrial e de infraestruturas e a SN Power, uma empresa norueguesa internacional de energias renováveis propriedade do Norfund, assinaram hoje os contratos do projeto Ruzizi III de energia hidroelétrica com os governos do Burundi, República Democrática do Congo (RDC) e Ruanda.
O projeto Ruzizi III de 147 megawatts está planeado para ser um projeto de energia hidroelétrica a fio de água e ficará localizado no rio Ruzizi. O rio Ruzizi corre do lago Kivu para o lago Tanganica, na África Central, e delimita a fronteira sul entre o Ruanda e a RDC, formando também a fronteira entre a RDC e o Burundi.
O Sr. Galeb Gulam, Presidente da IPS (K) Ltd., comentou que “o projeto Ruzizi III é um projeto verdadeiramente inovador; é o primeiro projeto financiado com recursos privados na África subsaariana que irá utilizar um recurso regional comum para gerar energia que será dividida em partes iguais entre três países. Apesar das complexidades e desafios que esta região tem enfrentado, este projeto abre um precedente único para projetos de parceria público-privada em todo o mundo. O projeto Ruzizi III irá contribuir significativamente para o desenvolvimento socioeconómico, fortalecendo a confiança nestas economias, aumentando o acesso a energia fiável e acessível por parte de milhões de pessoas em toda a região.”
Atualmente, estima-se que o projeto venha a beneficiar uma população de 30 milhões de pessoas, 70% das quais vivem abaixo do limiar da pobreza, e apenas uma média de 6% têm acesso à eletricidade. Depois de comissionado, estima-se que o projeto Ruzizi III venha a duplicar a capacidade atual do Burundi, que aumente a capacidade atual do Ruanda em 33% e que forneça a energia de base tão necessária no Leste da RDC, uma região que está isolada da rede interligada da RDC.
“Este projeto histórico irá gerar energia limpa e renovável, reduzindo a dependência da região da dispendiosa geração termoelétrica que atualmente custa mais de 35 cêntimos de dólar por kWh. Irá também reduzir a dependência por parte das comunidades locais de combustível de lenha e carvão vegetal; uma grande ameaça às florestas e à biodiversidade dos países”, acrescentou Erik Knive, Presidente da SN Power, um dos principais promotores de projetos de energia hidroelétrica em mercados emergentes e que traz uma vasta experiência técnica a este consórcio.
O projeto está estruturado como um Projeto de Energia Independente (IPP) baseado numa estrutura de Construção, Propriedade, Operação, Transferência (“BOOT”) e que tem previsto um contrato de concessão de 25 anos e os respetivos Contratos de Compra de Energia (PPA). As respetivas empresas nacionais serão responsáveis pelo desenvolvimento das linhas de transmissão que transferem a energia da subestação principal em Kamanyola para os principais centros de carga.
O projeto Ruzizi III, com um custo estimado de 650-700 milhões de dólares, irá produzir energia que se estima que venha a custar entre 11 e 13 cêntimos de dólar por kWh. “Tendo em conta a remota e exigente localização do projeto de energia, é fundamental uma manutenção a preços acessíveis. O financiamento do projeto irá implicar, deste modo, o maior financiamento combinado na região, abrangendo uma combinação única de fundos concessionais, dívidas comerciais, subsídios (adjudicação de capital do Estado) e capital financiado pelo sector privado; o primeiro deste género em África”, explicou o Sr. Gulam.
O financiamento concessional deverá ser fornecido, entre outros, pelo Banco Africano de Desenvolvimento (“BAD”), Banco Europeu de Investimento (“BEI”), União Europeia (“UE”), KfW, AFD e Banco Mundial. Para a IPS, o projeto Ruzizi III fará parte da Plataforma de Energia de África que foi recentemente criada pela IPS, CDC e AKFED.
“Apesar de ter sido um percurso longo e fatigante desde que fomos escolhidos para o projeto no concurso internacional, a nossa visão comum para o desenvolvimento trouxe-nos até onde estamos hoje. Este marco significativo que hoje celebramos é, portanto, testemunho do apoio e cooperação de todos os parceiros, dos Governos do Burundi, RDC e Ruanda, da Organização dos Grandes Lagos para a Energia ("EGL") e das Instituições Financeiras de Desenvolvimento, algo a que damos um enorme valor", acrescentou o Dr. Kevin Kariuki, Chefe de Infraestruturas da IPS.
Espera-se que o fecho de contas do projeto seja em 2021 e que esteja em funcionamento em 2025/2026.
NOTAS
O Fundo Aga Khan para o Desenvolvimento Económico (AKFED) é uma agência internacional de desenvolvimento dedicada à promoção do empreendedorismo e à formação de empresas economicamente sólidas em partes do mundo em desenvolvimento sem um suficiente investimento direto estrangeiro. Também faz investimentos ousados, mas calculados, em situações frágeis e complexas. Faz parte da Rede Aga Khan para o Desenvolvimento.
Os Serviços de Promoção Industrial (IPS) são o ramo do AKFED para o desenvolvimento industrial e de infraestruturas. Na África Oriental, os IPS operam no Quénia, Uganda, Tanzânia, Burundi, Moçambique e RDC, dando trabalho a mais de 10 000 pessoas. Também procura ativamente oportunidades de investimento no Ruanda e em Madagáscar. Fora da região da África Oriental e Central, os IPS também operam na Costa do Marfim, Burkina Faso, Mali, Senegal, Tajiquistão, Afeganistão, Quirguistão, Paquistão e Canadá.
A SN Power investe em energia limpa e renovável numa base comercial em mercados emergentes. O foco principal da empresa é na energia hidroelétrica. A empresa concentra-se na aquisição, desenvolvimento, construção e operação de recursos de energia hidroelétrica e atualmente, através das nossas parcerias em consórcio, gere centrais hidroelétricas nas Filipinas, Laos, Zâmbia, Uganda e Panamá. A empresa é inteiramente detida pelo Norfund. A SN Power possui uma equipa multinacional de profissionais espalhados por todo o mundo, com sede em Oslo, na Noruega.
O Norfund, o Fundo de Investimento da Noruega para Países em Desenvolvimento, contribui para o desenvolvimento e a redução da pobreza através de investimentos lucrativos em empresas sustentáveis em países e sectores selecionados. Aproximadamente 50% da carteira da empresa são investimentos em projetos de energia limpa. A região mais importante é a África Subsaariana, assim como países selecionados no sul e sudeste da Ásia e na América Central. No final de 2018, o portfólio do Norfund era de 22,3 mil milhões de coroas norueguesas.
Para mais informações, contactar:
Dr. Kevin Kariuki, Chefe de Infraestruturas dos Serviços de Promoção Industrial (K) Ltd. (IPS) IPS Building, Kimathi Street, Nairobi
P.O. BOX 30500-00100, Nairobi, Kenya Tel: +254 20 3280000, 2228026/7/8
E-mail: kevin.kariuki@ipskenya.com
Halvor Fossum Lauritzsen, Vice-Presidente Sénior de Operações SN Power AS
Tel: +47 905 44 797
E-mail: halvor.lauritzsen@snpower.com