Sua Alteza,
Muito Honorável Adrienne Clarkson
Muito Honorável Michaelle Jean
Muito Honorável Joe Clark
Honorável Elizabeth Dowdeswell, Vice-Governadora de Ontário,
Suas Excelências, e
Amigos do Centro Global pelo Pluralismo
Estou encantada por poder dar-vos as boas-vindas, em nome de Sua Alteza o Aga Khan e do Conselho de Administração do Centro Global, à segunda edição dos Prémios Globais do Pluralismo. Também dou as boas-vindas a todos os espectadores que nos estão a acompanhar por streaming.
Gostaria de referir que estamos reunidos aqui em Ottawa no território tradicional dos Povos Algonquinos.
O meu nome é Meredith Preston McGhie e tenho a honra de ser a nova Secretária-Geral do Centro Global pelo Pluralismo.
O meu querido antecessor, John McNee, está connosco esta noite e queria começar a agradecer ao John. John, tenho uma enorme dívida de gratidão pela sua excecional liderança, tendo conduzido o Centro desde a sua génese até à presença e reputação globais de que desfruta hoje.
Como muitos de vocês sabem, o Centro é uma público-privada entre Sua Alteza o Aga Khan e o Governo do Canadá.
Com o apoio dos nossos fundadores, o Centro é um elemento agregador.
Reunimos decisores políticos, educadores, ativistas e académicos para partilhar conhecimento e aprender a construir sociedades mais pacíficas, prósperas e bem-sucedidas nas quais a diversidade seja respeitada.
Esta noite podemos reconhecer os esforços do Centro para reunir tantos defensores do pluralismo.
Desde que me juntei ao Centro no mês passado, tive o enorme privilégio de aprender mais sobre os dez excecionais galardoados com o Prémio Global do Pluralismo.
Foram escolhidos por um júri independente entre mais de 500 candidaturas, a sua dedicação e paixão são profundamente inspiradoras.
Mas, acima de tudo, as suas iniciativas oferecem-nos soluções criativas e positivas. Estes são dez exemplos concretos de indivíduos e organizações excecionais que observam o mundo como um local onde as diferenças são valorizadas e as sociedades diversificadas prosperam. Acredito que todos nesta sala partilham desta visão. Todos nós estamos preocupados, no entanto, esta visão não é compartilhada em muitas sociedades onde os nossos participantes estão a trabalhar.
Nós, o Centro, estamos imensamente orgulhosos por apoiar esses participantes a continuarem a demonstrar convictamente o que estão a fazer pelo pluralismo, em contextos complexos e desafiantes.
Os dez galardoados estão a fazer trabalhos tão variados que são difíceis de resumir. Mas existem vários pontos que todos têm em comum e esta noite quero partilhar alguns deles convosco.
Várias organizações destacam-se pelas formas inovadoras de utilizar o pluralismo para construir a paz e a reconciliação em contextos voláteis.
Em Myanmar, o Centro para a Integridade Social está a capacitar jovens de várias etnias de regiões afetadas por conflitos para que se tornem líderes de mudança. A formação em prevenção de conflitos e liderança que providencia a estes jovens é algo único no país.
A equipa da 'Learning History that is not yet History' nos Balcãs desenvolveu abordagens ao ensino da história que estão a ajudar professores e alunos a reconciliarem-se com a dolorosa, controversa e traumática história das guerras nas suas sociedades.
E no Bangladesh, apesar dos problemas de discriminação e agitação social, a Rupantar está a mobilizar as populações mais vulneráveis, especialmente mulheres e jovens, para defenderem os seus direitos e lutarem por mudanças sociais.
A capacitação da próxima geração de líderes é outro ponto em comum neste grupo. E este tema é particularmente especial para os nossos corações.
Através do intercâmbio virtual, a Soliya, dos Estados Unidos da América, trouxe jovens de várias culturas e continentes em diálogos estruturados online com o intuito de criar empatia.
O Instituto Nacional de Música do Afeganistão oferece a crianças e jovens marginalizados o acesso a música e a uma educação académica de alta qualidade num ambiente misto, suportando a inclusão na sociedade afegã.
Em França, a SINGA apoia uma nova geração de pessoas recém-chegadas a construírem relações pessoais e profissionais duradouras com as comunidades que as recebem, através de interesses em comum.
Por fim, Deborah Ahenkorah, do Gana, está a ajudar os jovens africanos a verem as suas próprias experiências refletidas na literatura infantil africana, contribuindo para um sentimento de pertença, bem-estar e orgulho.
Um terceiro ponto em comum consiste na construção de pontes entre as diferenças e na aproximação de pessoas que normalmente não se sentariam à mesma mesa, algo absolutamente crítico para a nossa missão do pluralismo.
A onBoard Canada é um exemplo particularmente fascinante - os seus programas de formação e compatibilização na gestão de conselhos de administração estão a dar oportunidades a indivíduos sub-representados de se sentarem à mesa de conselhos de administração de empresas do sector público e sem fins lucrativos pela primeira vez.
No Líbano, a Fundação Adyan está a derrubar barreiras religiosas, unindo pessoas com diferentes crenças para que partilhem experiências e desenvolvam confiança e uma compreensão mútua.
E a Fundação Artemisszio da Hungria está a combater a exclusão social das populações mais desfavorecidas da Hungria, criando comunidades que acolhem ciganos, migrantes e refugiados.
Seja através da construção da paz, da capacitação de jovens ou da construção de pontes, todos os galardoados com o Prémio estão comprometidos todos os dias com a defesa do pluralismo. Este trabalho desafiante, por vezes perigoso e muitas vezes passa despercebido e não é reconhecido, mas não é o caso desta noite.
Ainda esta semana tivemos um bom exemplo disso, com um dos nossos galardoados a não poder viajar até Ottawa para se juntar a nós esta noite, uma vez que ele e a sua equipa de defensores do pluralismo no Líbano estão a trabalhar no apoio ao diálogo em face da atual situação no país. Estamos muito contentes que um dos seus colegas tenha conseguido juntar-se a nós para receber o prémio em seu nome.
Mas gostaria de citar brevemente a sua visão acerca da situação no Líbano - algo que nos faz recordar os compromissos positivos e virados para a descoberta de soluções dos nossos galardoados, que passo a citar:
“Esta dramática situação também tem o seu lado positivo: existem libaneses de diferentes comunidades e regiões a mostrarem-se solidários entre si para reivindicarem uma mudança real, combaterem a corrupção e políticas populistas e sectárias”. Fim de citação.
É por isto que o Centro Global pelo Pluralismo acredita que é essencial continuar a apoiar o trabalho dos galardoados para lá desta cerimónia.
No ano passado, o Centro ajudou a dar visibilidade internacional às conquistas dos vencedores de 2017. Com o ativista dos direitos das vítimas afro-colombianas, Leyner Palacios Asprilla, o Centro coorganizou exibições na Colômbia e no Canadá de um documentário sobre seu trabalho – é um filme que julgo que deveria ser visto por todos os pacificadores. Isto ajudou a aumentar a visibilidade e o apoio aos seus esforços de obter justiça para as vítimas do conflito colombiano.
O Centro também apoiou a produção de um relatório sobre a reunificação de famílias de refugiados na Austrália com o vencedor do de 2017 Daniel Webb, e apoiará o seu lançamento no início de 2020. Por fim, a vencedora de 2017, Alice Nderitu, desenvolveu e lançou um manual para mediadores de conflitos armados em comunidades femininas de África, e está atualmente a formar mulheres em vários países africanos.
Esperamos vir a trabalhar em colaboração com os galardoados de 2019 e ajudar ao longo do próximo ano a ampliar o seu alcance e chegar a novas parcerias e aumentar o impacto do incrível trabalho que eles estão a desenvolver.
Em conclusão, gostaria de dizer que estamos imensamente gratos ao Muito Honorável Joe Clark pela sua liderança e ao nosso distinguido júri aqui representado pelo Dr. Naheed Nenshi, pelas inúmeras horas de debates e tomadas de decisão que nos trouxeram até aqui, a esta celebração destes notáveis líderes comprometidos na defesa do pluralismo, com estes dez excecionais participantes.
Com esta nota final, é com enorme prazer que dou as boas-vindas ao palco a outro defensor do pluralismo de longa data.
Sua Alteza o Aga Khan, seja bem-vindo.