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  • A Dra. Isabel Mota, Presidente da Fundação Gulbenkian, discursa durante a Edição Inaugural dos Prémios Aga Khan para a Música.
    AKDN / Akbar Hakim
Edição inaugural dos Prémios Aga Khan para a Música

Sua Alteza Karim Aga Khan,
Membros da Família Aga Khan,
Sr. Presidente do Supremo Tribunal Administrativo, 
Distintos Membros do Governo, 
Dr. Jorge Sampaio (ex-Presidente da República Portuguesa),
Dr. Francisco Balsemão (ex-Primeiro-Ministro),
Ilustres convidados, 
Cara Colega Teresa Gouveia,
Senhoras e Senhores,

É meu privilégio, em nome do Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian, dar as boas-vindas a Sua Alteza Karim Aga Khan e respetiva Família. 

Permitam-me que comece por afirmar a grande honra da Fundação Calouste Gulbenkian em ser coanfitriã desta primeira edição dos Prémios Aga Khan para a Música, uma iniciativa que acredito ser de suma importância para o reconhecimento da música contemporânea inspirada na tradição em culturas moldadas pelo Islão, mas também para o diálogo intercultural. 

Este é uma altura de grande pressão. Mais uma vez na história da humanidade, vemos identidades religiosas e culturais a serem manipuladas para fomentar a violência e a intolerância em relação aos outros e ao seu património cultural. Precisamos de um mundo em que as diferentes identidades e culturas sejam respeitadas e onde possamos partilhar uma ideia de bem comum.

A Rede Aga Khan para o Desenvolvimento, através da Fundação Aga Khan em Portugal, e a Fundação Calouste Gulbenkian são parceiros estratégicos em diferentes domínios há décadas, especialmente na área social, mas também nas artes e na sua capacidade de criar sociedades mais inclusivas e tolerantes. 

As nossas instituições partilham uma agenda comum e um conjunto de valores comuns. 

A Fundação Calouste Gulbenkian está, por isso, entusiasmada em patrocinar uma iniciativa tão importante, especialmente por ocasião do centésimo quinquagésimo aniversário do nosso Fundador, ele próprio descendente de culturas distintas. Calouste Gulbenkian foi um arménio nascido em Istambul, educado em França e em Londres, que se tornou cidadão britânico e terminou a sua vida em Portugal. O longo percurso de Calouste Gulbenkian, desde a sua infância em Istambul até aos últimos dias da sua vida em Lisboa, moldou a sua personalidade e influenciou a Fundação que decidiu criar em Portugal como uma instituição portuguesa. Calouste Gulbenkian foi um exemplo perfeito da síntese da cultura oriental do seu nascimento e das suas origens e da cultura ocidental na qual foi educado e viveu. É natural que as atividades da Fundação Calouste Gulbenkian reflitam estas características da personalidade do seu Fundador e que ambicionem apoiar esforços de promoção dos valores universais da condição humana, do respeito pela diversidade e diferença e de uma cultura de tolerância.

Para terminar, permitam que deixe uma palavra especial à minha colega Teresa Gouveia e à sua equipa, chefiada por Risto Nieminen, pela sua visão e empenho em fazer da “Gulbenkian Música” algo de que todos nos podemos orgulhar.

A música é uma linguagem de tolerância e estou certa de que estes três dias serão uma demonstração de tolerância e genialidade artística, como o nosso amigo, o Príncipe Amyn, irá explicar dentro de alguns instantes.

Desejo a todos uma noite inesquecível. Príncipe Amyn, o palco é seu. Obrigada.