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Agnes Ojok trabalha no Hospital Aga Khan em Kisumu desde que se formou em enfermagem na Faculdade de Formação Médica do Quénia em 2009. A jovem que costumava admirar a sua tia enfermeira cresceu para se tornar ela própria uma excelente enfermeira e parteira.
Três anos depois de ter entrado no hospital como Enfermeira Locum, o hospital concedeu bolsas de estudo a Agnes e alguns dos seus colegas para se inscreverem num Bacharelato na Escola de Enfermagem e Obstetrícia da Universidade Aga Khan (AKU-SONAM). Agnes ficou entusiasmada: “Senti-me muito honrada. Senti-me realmente fascinada ao longo da nossa formação. Tudo me parecia muito novo e emocionante. Acho que tive um choque cultural devido aos elevados padrões. Era bastante diferente da minha formação anterior na faculdade.”
De início, os professores viajavam de Nairobi para Kisumu. Como não havia polo universitário na cidade à beira do lago, o hospital atribuía aos alunos uma sala que servia de sala de aulas durante uma ou duas semanas de instrução todos os meses. Mais tarde, o sistema mudou e os alunos foram obrigados a viajar para a capital para as aulas. Agnes recorda: “Eu viajava com o meu bebé recém-nascido e a minha empregada. Ficávamos a viver num hotel, às vezes, durante três semanas. Foi difícil, mas não queria desperdiçar esta oportunidade única para me aperfeiçoar.”
Apesar de ter um horário intenso, Agnes estava determinada a assimilar tudo quanto pudesse: “Gostei muito de Bioestatística, Bioquímica e Escrita Académica. Fiquei entusiasmada com a riqueza e a novidade dos conteúdos. Tínhamos de redigir trabalhos académicos, algo que melhorou bastante as minhas competências de escrita e investigação."
A sua dedicação valeu a pena. Em Março de 2015, concluiu o seu bacharelato: “Voltei ao trabalho como uma pessoa diferente. Sentia-me mais capacitada. Hoje posso fazer diagnósticos de enfermagem com confiança. Consegui estabelecer um plano de assistência adequado a cada paciente e cumpri-lo. Até inspirei outras enfermeiras a prosseguir os estudos, pois ficavam sempre impressionadas com a forma como lidava com as minhas responsabilidades e a experiência que demonstrava."
Agnes é apaixonada por obstetrícia. Nada a inspira mais do que trazer uma vida nova ao mundo e ouvir o primeiro choro de uma criança. No entanto, a mortalidade materna e infantil ainda é um grande problema em muitas zonas do país.
“Como resultado da minha formação, possuo hoje excelentes competências e uma experiência prática no tratamento de hemorragias pós-parto, a principal causa de mortalidade materna no Quénia. Consegui orientar enfermeiras estudantes e novas enfermeiras na prevenção de hemorragias e na gestão de situações de hipertensão."
Um mestrado em saúde reprodutiva é algo que Agnes gostaria de alcançar num futuro próximo para reforçar o seu nível de excelência no sector da enfermagem. “Tenho a perspetiva de me tornar professora ou instrutora. Quero ver o número de pessoas em obstetrícia a aumentar. Precisamos de funcionários qualificados e equipados com competências de ressuscitação, porque há mães a morrer por causa de complicações durante o parto.”
Por enquanto, Agnes lidera uma equipa de enfermeiras e parteiras que trabalham para garantir que as mães e os bebés recebam a melhor assistência possível.
Esta história foi publicada pela primeira vez numa coleção de ensaios fotográficos publicados pelos Enfermeiros e Parteiras da Universidade Aga Khan - Líderes em Cuidados de Saúde na África Oriental.